Em tempos em que os smartphones são extensões da nossa identidade digital, a escolha de um aparelho vai muito além da câmera, da memória RAM ou do processador. Um dos fatores mais críticos e frequentemente negligenciados é o tempo de suporte de atualizações de sistema e, principalmente, de segurança.
Cada atualização de segurança corrige falhas descobertas por pesquisadores e empresas de cibersegurança, impedindo que essas vulnerabilidades sejam exploradas por cibercriminosos. Portanto, manter um dispositivo atualizado não é um capricho técnico, mas uma necessidade absoluta de proteção digital.
Neste artigo completo, o Blog Dolutech aborda o cenário atual de suporte a smartphones, explica a importância das atualizações de segurança, destaca os fabricantes que assumiram compromissos sérios com a proteção do usuário e recomenda que nenhum smartphone seja mantido em uso além do período de atualizações vigentes.
Por Que as Atualizações São Essenciais para a Cibersegurança
A cada nova versão do sistema operacional ou pacote de segurança, são corrigidas dezenas (ou até centenas) de falhas. Essas falhas podem permitir desde o acesso não autorizado a arquivos do usuário até o controle remoto completo do dispositivo.
Sem atualizações, seu smartphone se torna vulnerável a:
- Spywares e malwares que interceptam mensagens, ligações e dados bancários;
- Explorações de zero-day que visam especificamente versões antigas de sistema;
- Ataques por redes Wi-Fi públicas ou dispositivos próximos via Bluetooth ou NFC;
- Phishing por meio de notificações, pop-ups e apps falsos.
Além disso, aplicativos de bancos, autenticação em dois fatores (2FA) e serviços corporativos geralmente exigem versões mínimas do sistema para funcionar de forma segura.
Smartphones com Suporte Estendido: Um Novo Padrão em 2025
Em uma movimentação importante para o mercado, Samsung, Google e Apple oficializaram em 2024 e 2025 o compromisso com 7 anos de atualizações de sistema e segurança para seus modelos mais recentes.
Samsung: Compromisso de 7 Anos
A partir de 2024, todos os modelos flagship e de segmentos intermediários avançados da Samsung vendidos no mundo terão 7 anos de suporte total, incluindo:
- Atualizações de sistema Android
- Correções de segurança mensais ou trimestrais
- Suporte técnico e compatibilidade com apps críticos
Esse é um marco importante para o ecossistema Android, já que a Samsung lidera o mercado mundial e influencia fabricantes parceiros.
Google Pixel: Atualizações Garantidas por 7 Anos
Com a chegada da linha Pixel 8, o Google também adotou o mesmo padrão. Todos os modelos lançados a partir de 2024 contam com:
- 7 anos de atualizações do Android
- Patches mensais de segurança
- Suporte oficial com integração direta com os serviços do Google
Essa mudança coloca os smartphones Google como referência de segurança nativa no Android.
Apple: Suporte Longo Como Padrão
A Apple sempre teve um histórico sólido de atualizações prolongadas. Em 2025, a empresa reforçou que iPhones continuarão a receber:
- Atualizações de sistema por até 7 anos
- Correções de segurança em ciclos contínuos
- Suporte a apps mesmo após o fim das atualizações maiores
O iPhone 6s, lançado em 2015, foi atualizado até 2022. O novo ciclo formaliza essa política como um padrão da marca.
Fabricantes com Menor Suporte: Um Risco Considerável
Algumas marcas ainda oferecem janelas de suporte curtas, o que representa um grande risco para usuários e empresas. Entre os principais exemplos:
Honor
Prometeu 7 anos de atualizações para seus modelos premium em 2024. Ainda é necessário acompanhar se essa promessa será mantida em linha com os concorrentes.
OnePlus e Xiaomi
Embora ofereçam smartphones com excelente desempenho e preço competitivo, atualmente limitam-se a:
- 4 anos de atualizações de sistema
- 3 a 4 anos de atualizações de segurança
Esse período já pode ser considerado inadequado frente ao novo padrão de 7 anos adotado pelos líderes de mercado.
Outros fabricantes menores
Marcas que não informam claramente o tempo de suporte ou que oferecem apenas 2 a 3 anos de atualizações colocam o usuário em risco severo, especialmente quando esses dispositivos continuam sendo vendidos como novos.
Cibersegurança e Dispositivos Sem Atualizações
A permanência de dispositivos desatualizados na ativa representa um risco direto para:
- Usuários comuns, que podem ter seus dados bancários, fotos e senhas expostos;
- Empresas, que correm risco de comprometimento por meio de dispositivos móveis de funcionários;
- Ambientes governamentais e jurídicos, onde vazamentos são críticos;
- Administração de redes domésticas, já que dispositivos vulneráveis podem servir como ponto de entrada para invasores.
Dispositivos sem atualizações não devem ser reutilizados, revendidos ou permanecer em uso em nenhum contexto onde a privacidade e integridade dos dados seja uma prioridade.
Recomendações da Dolutech
Como especialistas em cibersegurança, a Dolutech recomenda que:
- A compra de smartphones leve em conta o período de suporte prometido oficialmente pelo fabricante;
- Dispositivos com suporte inferior a 5 anos não sejam considerados em contextos corporativos ou sensíveis;
- Usuários comuns priorizem marcas que oferecem 7 anos de atualizações;
- Dispositivos sem atualizações de segurança sejam substituídos imediatamente;
- Empresas estabeleçam políticas de BYOD (Bring Your Own Device) que restrinjam o uso de smartphones sem atualizações ativas.
Conclusão
A escolha de um smartphone em 2025 não pode mais se basear apenas em design, desempenho ou preço. A duração das atualizações de segurança é um critério essencial que impacta diretamente na proteção de dados, contas bancárias, sistemas corporativos e vida digital como um todo.
A iniciativa de marcas como Samsung, Google e Apple ao estender o suporte para 7 anos redefine o padrão do mercado e deve ser seguida por todas as demais. A Dolutech reforça que é seguro utilizar um smartphone apenas enquanto ele estiver recebendo atualizações de segurança e sistema.
A segurança do seu dispositivo é, hoje, a segurança da sua identidade digital.
Amante por tecnologia Especialista em Cibersegurança e Big Data, Formado em Administração de Infraestrutura de Redes, Pós-Graduado em Ciências de Dados e Big Data Analytics e Machine Learning, Com MBA em Segurança da Informação, Escritor do livro ” Cibersegurança: Protegendo a sua Reputação Digital”.
