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A Importância de User Cases Estruturados e Como Funcionam em um SIEM

No contexto de cibersegurança, a eficácia de um Security Information and Event Management (SIEM) depende diretamente de como as ameaças e eventos são identificados e analisados. Para isso, um dos pilares mais importantes é a definição e implementação de User Cases Estruturados.

Os User Cases em um SIEM são cenários pré-definidos que ajudam a correlacionar eventos, detectar comportamentos suspeitos e acionar alertas automaticamente. Um User Case bem estruturado permite que a equipe de segurança identifique ameaças rapidamente e responda de forma eficiente.

Neste artigo do Blog Dolutech, vamos explorar o que são User Cases estruturados, sua importância para um SIEM e como implementá-los corretamente.

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Diagrama By IBM

O Que São User Cases Estruturados?

Os User Cases são regras e procedimentos criados para identificar atividades suspeitas em um ambiente monitorado por um SIEM. Eles definem como um evento ou conjunto de eventos devem ser processados e correlacionados para gerar alertas e respostas.

Um User Case estruturado segue um processo bem definido, garantindo que cada evento seja analisado corretamente antes de ser considerado uma ameaça.

Elementos Fundamentais de um User Case

Um User Case estruturado em um SIEM deve conter os seguintes elementos:

Com base nesses elementos, podemos criar User Cases eficientes e acionáveis para um SIEM.

Importância de User Cases Estruturados em um SIEM

Implementar User Cases bem estruturados é essencial para o funcionamento eficiente de um SIEM.

Benefícios de um User Case Estruturado

Como Criar e Implementar User Cases no SIEM

Agora que entendemos a importância dos User Cases, vamos explorar como criá-los e implementá-los em um SIEM.

Passo 1: Definição do Objetivo do User Case

Antes de tudo, defina qual ameaça ou comportamento anômalo você deseja monitorar.

Exemplo: Monitorar múltiplas tentativas de login falhas seguidas de sucesso, o que pode indicar um ataque de força bruta.

Passo 2: Identificar as Fontes de Dados

Determine quais logs e eventos devem ser analisados.

Exemplo de Fontes de Dados:

Passo 3: Criar a Regra de Correlação

Cada User Case precisa de uma lógica que correlaciona eventos suspeitos.

Exemplo de Regra:

SE (falhas de login >= 5) EM (5 minutos)  
E (login bem-sucedido no mesmo IP)  
ENTÃO gerar alerta de possível ataque de força bruta

Passo 4: Definir Severidade e Respostas

Após definir a regra, precisamos categorizar a severidade e definir a resposta adequada.

Tabela de Severidade:

Tipo de EventoSeveridadeAção Requerida
Login falho em conta comumBaixaMonitorar
Múltiplos logins falhos seguidos de sucessoAltaNotificar SOC
Tentativas de login em conta administrativaCríticaBloquear IP e gerar alerta

Exemplo de Respostas Automáticas:

Passo 5: Testar e Ajustar o User Case

Após definir a regra, precisamos testar e validar a detecção.

Passos para Validação:

  1. Simular um ataque real (por exemplo, várias tentativas de login falho).
  2. Observar se o SIEM reconhece e gera alertas corretamente.
  3. Ajustar os limiares da detecção para evitar falsos positivos.

Exemplo de consulta para visualizar eventos no SIEM:

SELECT user, source_ip, event_time  
FROM authentication_logs  
WHERE event_type = 'failed_login'  
AND event_time BETWEEN NOW() - INTERVAL '5 MINUTES'

Se os testes forem bem-sucedidos, o User Case pode ser implementado oficialmente.

Exemplo de User Case Completo em um SIEM

Nome do User Case:

Detecção de Tentativas de Ataque de Força Bruta

Descrição:

Monitorar múltiplas falhas de login seguidas de um sucesso, indicando um possível ataque de credenciais.

Fontes de Dados:

Lógica de Detecção:

5 falhas de login seguidas de um sucesso no mesmo IP em até 5 minutos.

Severidade:

Médio para usuários comuns
Alto para contas privilegiadas

Resposta:

Notificar SOC para usuários comuns
Bloquear IP automaticamente para contas privilegiadas

Conclusão

A criação e implementação de User Cases estruturados em um SIEM são essenciais para garantir uma resposta eficaz a ameaças cibernéticas.

Com regras bem definidas, as equipes de segurança conseguem identificar padrões maliciosos, automatizar respostas e proteger o ambiente de forma proativa.

Ao seguir esse processo, sua organização pode maximizar a eficácia do SIEM e reduzir riscos cibernéticos.

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